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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PESQUISA EM NOSSO MUNICÍPIO

FRANCISCO BADARÓ-MINAS GERAIS
CURSISTAS:
CONCEIÇÃO FIGUEIRÓ DE OLIVEIRA
IRAIDE DAS DORES DIAS TIAGO FIGUEIRÓ

PESQUISA NO MUNICIPIO DE FRANCISCO BADARÓ


Figura 1-Vista parcial da cidade.
O Município de Francisco Badaró (que teve início no século XVIII - no auge da mineração na comarca do Serro), antiga Sucuriú, tem como base econômica a agricultura de subsistência. A cidade tem como destaque, um grande legado cultural; no artesanato destaca-se o trabalho com algodão, crochê, vagonite, peças em madeira e jóias em ouro. Nas comidas típicas há produção caseira de doce, requeijão, queijo, licores, cachaça e mel de abelha. Há também um rico repertório de músicas da Banda local Libero Musical Sete de Setembro, que anima todas as festas religiosas, leilões da cidade e de comunidades rurais, e das cantigas de rodas e versos, têm como destaque, o grupo de vilão da comunidade de São João Baixo.
Na cidade, ainda conserva antigas tradições como a as Festas à Padroeira Nossa Senhora da Conceição, festa de Nossa Senhora de Fátima, Festa de Nossa Senhora das Graças e como maior festa local a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Festa esta que segundo o Senhor Arlindo Vieira Borges é uma comemoração de Tríplice Significado:
“É religiosa, pois segundo a tradição foi um ato de agradecimento de Chico Rei por haver se libertado do cativeiro. É histórica, pois nos lembra a escravatura e o tráfico negreiro. É folclórica, pois nos faz valorizar costumes dos nossos ancestrais.”
No entanto, entre tantas queremos deixar como registro, sobre o importante e estimado escritor autodidata, o Sr. Arlindo Vieira Borges, que nasceu, viveu e fez história no nosso município, registrou fatos marcantes de nossa região através de textos, versos e poesias. Este, dizia ter interesse e necessidade de ampliar seus conhecimentos, por isso veio a se tornar um autodidata num esforço pessoal.

DADOS BIBIOGRÀFICOS

Arlindo Vieira Borges_ nascido em 23 de outubro de 1909 e falecido em 10 de janeiro de 1992, no então arraial de Sucuriú município de Minas Novas, hoje cidade de Francisco Badaró, Minas Gerais. Filho de Francisco Borges de Sousa e de Idalina Vieira de Sousa.
Aos sete anos, foi matriculado na Escola masculina do arraial, tendo como professora Cândida Maria dos Santos, permanecendo até o final do curso primário em 1922. Seu pai foi agente postal nesse município por 17 anos, deixando o cargo para dedica-se ao trabalho de alfabetização na zona rural, passando à esposa Idalina o cargo que essa veio a exercer por 18 anos que foram interrompidos com a sua morte em 1927. Com a morte da mãe, Alindo Vieira ainda jovem exerceu a mesma função pais como desejara a sua mãe, vindo a aposentar após 46 anos de trabalho em 1974.
Casou-se em 1959 com Maria Madalena Vieira com quem teve quatro filhos, sendo duas meninas e dois do sexo masculino, esses especiais com casos irreversíveis.
O senhor Arlindo era um homem modesto, quando lhe foi apresentado o interesse em lhe prestar a homenagem dando o seu nome à “UES” escola de ensino de supletivo, ele sentiu que não era merecido de tal honraria, porém acreditava que estaria sendo indelicado com os bondosos caso recusasse tal homenagem, aceitando-a de bom grado.
Foi um autodidata, destacando-se no mundo histórico literário com vasta obra tanto em crônicas quanto em poesias, dentre as quais podemos citar:
• Daqui, Dali, Dacolá (1980) – com crônicas históricas.
• Coisas do Sertão (1975) _ com crônicas e poemas diversos, escritos para o jornal “Nosso Araçuaí”, de Araçuaí.
• Uma Coletânea de Poemas e Crônicas, inclusive o Histórico do Município de Francisco Badaró.
• Uma Coletânea de discursos sobre os mais variados eventos de Município feito para amigos que procuraram em diversas ocasiões.
• Em Seus poemas e crônicas, abordou sempre temas atuais, tanto a nível local, quanto nacional e internacional, numa linguagem rica, sem rebusca mento, enfocando assuntos de realidade levando o leitor a uma posição crítica perante os fatos. Pode-se dizer que o Sr. Arlindo Vieira Borges, foi a expressão maior da cultura de Francisco Badaró.
Trecho do prefácio do livro Daqui, Dali, Dacolá.
“Não freqüentei Ginásio e nem Colégio, mas estudei; não é sem razão que se chama de Fundamental o curso primário, pois nele se aprende a prender. Mesmo que não se alisem outros bancos.”
Arlindo Vieira. _1980


Figura 2- Sr. Arlindo Vieira
“Que as novas gerações continuem dando-me o devido apreço, não apenas como fim utilitarista e como adorno cultural, mas também, como estímulo à fé nos destinos humanos e cristãos, sem violência, com mais fraternidade, mais justiça, mais paz entre os homens.”
Arlindo Vieira Borges. 08 de junho de 1988.


VINTE E UM DE ABRIL
Desejamos a pátria livre,
Soberana, independente;
Vê-la assim realizada
Era seu sonho ardente.
E quem era o Sonhador.
De espírito clarividente,
Que viajava e pregava
Destemido e elogriente ?
_É o filho das Gerais
O heróico Tiradentes

Este poema feito em homenagem aos 25 anos de emancipação política de Francisco Badaró;

FRANCISCO BADARÓ - JUBILEU DE PRATA

Lembras-te, velho Sucuriú
Das idas do século dezoito,
Quando Farias, afoito,
Fez-te aqui edificar?
Em vale pequeno, apertado,
Mais parecendo um beco,
Que se tornara valorizado
Pelo ouro do córrego seco?

Lembras-te do velho açude?
Obra de Atanásio Couto
Trabalho do braço escravo,
Na história hoje em bravo?
Do bambuzal do “moinho”,
Dá passarada abrigo
Antes do velho Chiquinho,
Costa Melo plantar trigo?

Lembras-te do velho pau-d` alho
Com seu porte de gigante,
Hospedeiro generoso,
Do passageiro migrante?
Do vetusto jatobaseiro
Lá no alto do rosário,
Testemunho permanente
Do IRMÃO proprietário?

Depois de tudo isto,
Apesar da tua idade
Te julgaram merecedora
De sediar a cidade
Seria vila senil,
Desposando menina-moça
“Cheias de encantos mil”?
_Não! São cinco lustres apenas,
Com novo nome adotado;
Fica válida a união,
Entre futuro e passado!

Ao antigo Sucuriú,
À Francisco Badaró,
Parabéns de todos nós
Ao ensejo da festança:
_Dos velhos, sem nostalgia,
Dos jovens, com esperança!


Figura 3_ Jatobazeiro, árvore centenária citada na poesia do Sr Arlindo Vieira.


Acróstico criado em homenagem ao Revmo.sr. Padre Bernardino de Sousa Sena, no seu 50º aniversário de ordenação sacerdotal:
ACRÓSTICO

Para Deus e sua igreja,
Afanoso trabalho enfrentando,
Deste-vos todo à peleja,
Risonho, as almas salvando;
E, tendo Deus á vossa frente,
Ben fazendo á humanidade,
Ensinando, em caridade ardente,
Rumastes ao Alto, toda humanidade;
Nunca vos desviando do caminho,
A todos, em cristo vos dedicando,
Reta, em fino pergaminho...,
De conduta, vai-se a linha deslizando;
Invicto na fé do senhor,
Na provação, na alegria ou na dor,
O Jubileu celebra, nós vos felicitamos!

Arlindo Vieira Borges



Poema feita a pedido de uma professora, para trabalho de escola, como não sabia a definição de Deus, ajudou-a “sem ousar a uma definição de Deus fi-lo como o concebo eu, rabiscando, despretensiosamente, os versinhos abaixo”:

DEUS
Deus está na Caridade,
É toda Paz e Amor;
É a mesma Eternidade,
Com todo poder Criador,
E a extrema Justiça,
Fonte de toda Verdade,
Única, segura Pista.
Para a pobre Humanidade!
Arlindo Vieira Borges.
10/04/1973

REFERENCIA BIBIOGRÁFICA
Histórico do Município de Francisco Badaró Elaboração Alunos da E.E. Cônego Fagueiro 1991.
Foto imagem cedida pela Família do Sr. Arlindo Vieira Borges.

2 comentários:

  1. Conceição e Iraide, Parabéns pela dedicação!
    A pesquisa que vocês realizaram possui informações preciosíssimas.
    Abraços
    Cida

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